por Ricardo Archilha
Um dos campos mais importantes na conscientização da luta feminista é a (in) formação. No Brasil, por exemplo, contamos com a SOF, Sempreviva Organização Feminista. Parte do movimento das mulheres brasileiras em âmbito internacional, a ONG atua desde o anos 1980. As atividades educativas não tem distinção: mulheres rurais e urbanas, negras, indígenas e jovens ou velhas; todas estão convidadas.
A expressão de ser da SOF está no tripé movimento social + transformação + feminismo. A trajetória combina desde atuação em assessoria até organizações, passando por movimentos sociais e órgãos de governo. O trabalho sempre tem em mente a formação para o fortalecimento do movimento, partindo do pressuposto de que é fundamental ampliar o número de mulheres em lideranças, com capacidade de serem multiplicadoras de processos formativos em diversos âmbitos. A alteração da relação desigual entre mulheres e homens na sociedade brasileira também funciona como umas das frentes número 1. A exclusão pela renda social é outra batalha importante, já que as mulheres pobres estão fortemente excluídas, tanto ao acesso à renda e à riqueza social, quanto aos processos de direção política da sociedade.
Partindo da reflexão da experiência e trajetórias de cada participante do grupo, combinada com reflexão teórica, a SOF tem construído uma abordagem que reflete sobre a relação entre as relações econômicas, a cultura patriarcal e a violência contra as mulheres como um elemento estruturante dessas relações. Colocar a perspectiva da construção de autonomia econômica e pessoal se torna um eixo estratégico para uma atuação que abarca essas dimensões de forma integral.
O fortalecimento da autonomia das mulheres e sua presença como sujeito político na projeção de novos modelos de sociedade conjugam-se com uma perspectiva de que o processo de organização dos movimentos sociais é fundamental na construção de uma nova dinâmica de relações sociais. É dentro desses parâmetros que, como parte do movimento de mulheres, a SOF busca consolidar a Marcha Mundial das Mulheres como um movimento internacional que está inserido nas dinâmicas locais, com uma pauta nacional, e em diálogo com campanhas e movimentos com orientações próximas.
“Não se nasce mulher: torna-se”.
Simone de Beauvoir
A diretoria da SOF é composta por: Táli Pires de Almeida, Marilane Oliveira Teixeira, Maria Luiza da Costa, Beatriz Costa Barbosa, Vera Lúcia Ubaldino Machado e Denise Gomide Carvalho.
(Imagens: Marcha Mundial das Mulheres | Facebook)